Margarida Botelho, arquiteta, vive em Arroios. Tem uma vida muito ativa pela Graça, visto que o filho frequenta a escola da Voz do Operário.
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Num diálogo entre a arquiteta e o grupo G no dia 15 de Março, falou-se em variados temas, entre eles:
- a questão de as pessoas se estarem a afastar do centro de Lisboa para viver nas periferias, sendo apenas o local de trabalho no centro;
- a questão de a Graça ser frequentada maioritariamente pelas pessoas que vivem e trabalham no bairro. Isto por haver poucos transportes para a zona, como por exemplo o elétrico (que por abundância de gente não deixa muito espaço para mobilidade dentro do mesmo), ou o autocarro 734 (que faz ligação de Martim Moniz a Santa Apolónia) coisa que deixa as pessoas desconfiadas por culpa dos carteiristas nestes transportes e com medo por esse mesmo motivo.
Tendo isto em consideração e agregando o facto das ruas apertadas, pode-se afirmar que não há muito espaço para o estacionamento e daí derivar mais um fator para a “passagem“ pela Graça ser cada vez menor. Ou seja com a falta de mobilidade a nível de transportes e sabendo que os passeios são pequenos também, a população sujeita-se a andar na estrada visto que não há mesmo espaço para se deslocar, criando assim algo problemático a nível da arquitetura;
- outro tema falado foi o facto de não haver muitos espaços sociais, tanto para com os turistas como para as pessoas que residem na Graça (“Não há zonas de Paragem” - afirmou a arquiteta);
- falou-se também nos logradouros existentes que vão ser transformados em hotéis, coisa que indigna a arquiteta não só pela vegetação que vai desaparecer, mas também por essa mesma vegetação perto da Voz do Operário ter sido um dos motivos de a mesma ter inscrito o filho na escola da Voz. Isto algo que na opinião da arquiteta não faria “mossa“ se fosse num local que não a Graça por ser um bairro “super pequeno“. E ainda novamente a questão do estacionamento pois quem arrendar ou comprar estes apartamentos e/ou quartos de hotel não terá espaço para estacionar o carro e que vai ser uma utilização superficial ao bairro;
- o festival TODOS que ocorre a cada dois anos num local, sendo este o segundo ano que o projeto é desenvolvido no Bairro e mais propriamente na freguesia de São Vicente. Este festival no decorrer do ano de 2019 fez um inquérito na Graça para ver as preferencias e as sugestões da população para os futuros espetáculos e atividades da edição deste mesmo ano;
- referiu-se novamente a Voz do Operário para distinguir que existe tanto uma espécie de lar para os idosos como cresce até o primeiro ciclo;
- o Tuk-tuk dos livros, um projeto de Design Social do programa Bipzip, que é exercido pela zona da Graça e Martim Moniz, sendo que este também frequenta escolas como biblioteca. Este projeto está com algumas dificuldades de momento porque está com falta de financiamento.
“Que cidade é que se quer para o futuro?“ “Que cidade é esta que de quer?” “Quem é que está a decidir a cidade?“.